
WANDERSON
CANTOR | COMPOSITOR
I
LEMOS

Tupinambá


Tupinambá
Xamã

Em 2012 eu tinha que fazer um voo de Lisboa (Portugal) para Marseille (França), um voo barato e não tinha como despachar nada, poderia levar um volume de mão.
Evidente que eu não sabia disso e estava com os instrumentos no aeroporto.
Daí, tentei argumentar que não sabia de nada, mas vocês já podem imaginar o fim da história quando se trata de Europa.
O jeito então foi arranjar rapidamente um amigo que pudesse ficar com os outros instrumentos em Lisboa, depois voltar para Lisboa, pegar e seguir para o destino que fosse.
Desmarcar o show em Marseille e desistir do voo não era uma opção.
Muito menos deixar tudo no aeroporto, escolher um instrumento e seguir viagem.
Por sorte, um amigo português mora próximo ao aeroporto e conseguiu tempo para pegar as coisas todas e levar para casa dele.

Assim que voltei para o Brasil, aquele dia difícil de correria de Lisboa para Marselha me fez refletir repetidamente em como resolver esse tipo de problema.
Foi então que desenhei o primeiro Tupinambá.
Ele tinha até um espaço para encaixar um controlador midi em baixo, mas que depois abandonei a idéia por se tornar ainda mais difícil de carregar.
A missão mais difícil seria ter acesso a ferramentas de corte para efetuar os desenhos na madeira e principalmente em detalhes.
Fui até um Luthier que eu conhecia da Zona Oeste do Rio de Janeiro, Josemir, um pupilo do Luthier que fazia meus instrumentos antes, o seu Raul.
Seu Raul era um cubano que fazia os instrumentos do Buena Vista Social Club. Mas aí é uma outra história.
Meu objetivo era fazer o Luthier entender minha idéiaa e topara fazer do jeito que eu tinha desenhado, pois eu não tinha ferramentas para seguir o projeto.

Ele adorou a idéia e decidiu colaborar com o projeto fazendo exatamente os cortes que estavam no meu desenho, mas agora eu tinha outros problemas, como encontrar fornecedores para as peças pequenas.
A busca por peças de acabamento me renderam historias de preconceito seríssimas e que não caberiam nesses curtos parágrafos.
Para resolver o problema recorri a um amigo Português que mora na Escócia. Ele fez os pedidos que por incrível que pareça foi feito à uma Fábrica brasileira de São Paulo, que aceitou os pedidos provavelmente por se tratar de um europeu, que para eles é melhor do que um brasileiro.
Em 2022 eu vendi o primeiro modelo do tupinambá para o Reino Unido.
Hoje esse instrumento desperta interresse por onde quer que eu passe e eu fico sempre muito surpresso, pois a intenção era apenas não passar mais pelo aperto de não ter um dos instrumentos.Principalmente para ficar estudando durante as viagens.

O Tupinambá (NATURAL) é composto por um violão de 7 cordas, com um captador para cada corda e volumes independentes.
Um cavaquinho com captação tradicional e saída independente.
Um volume geral para as cordas do violão, um para o cavaquinho e outro midi.

O Tupinambá (VERDE) é composto por um violão de 7 cordas, com um captador para cada corda e volumes independentes.
Um cavaquinho com captação tradicional e saída independente.
Um volume geral para as cordas do violão, um para o cavaquinho e outro midi.

O Xamã é composto por 5 cordas de violão, três cordas de baixo e um cavaquinho.
Um cavaquinho com captação tradicional e saída independente.
Um volume geral para as cordas do violão, um para o cavaquinho, um para o baixo e outro midi.